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O capítulo 13 contém 42 versos divididos em 23 aulas, totalizando 13:14hs.
Começamos um novo capítulo da Uddhava-gita, com Krishna lançando a discussão sobre os modos da natureza, os gunas (sattva, rajas e tamas). Explicamos o que é os gunas e a implicação máxima: que o nosso estilo de vida determina se sequer vamos nos interessar pela vida espiritual, como também como nosso estilo de vida e hábitos influenciam a qualidade e grau de progresso de nossa vida espiritual. Verso 1.
Verso 1 em Sânscrito
śrī-bhagavān uvāca
sattvaṁ rajas tama iti
guṇā buddher na cātmanaḥ
sattvenānyatamau hanyāt
sattvaṁ sattvena caiva hi
Um verso importante foi estudado, onde Krishna declara que do estilo de vida em sattva (o modo da bondade) chegamos a dharma e de dharma, chegamos em bhakti. Falamos como tudo está ligado. Uma prática afeta a outra. Por isso é tão importante entender o caminho como um todo, como é explicado no Caminho 3T. Verso 2.
Verso 2 em Sânscrito
sattvād dharmo bhaved vṛddhāt
puṁso mad-bhakti-lakṣaṇaḥ
sāttvikopāsayā sattvaṁ
tato dharmaḥ pravartate
Quando temos um estilo de vida em sattva, o dharma surge. E da falta de dharma, aparecem as influências de rajas e tamas, que nos trazem sofrimento e confusão. Por isso, o yogi tem um trabalho constante e ativo de aperfeiçoar seu estilo de vida, buscando a influência de sattva em suas escolhas da vida. Versos 3 ao 5.
Versos 3 ao 5 em Sânscrito
dharmo rajas tamo hanyāt
sattva-vṛddhir anuttamaḥ
āśu naśyati tan-mūlo
hy adharma ubhaye hate
āgamo ’paḥ prajā deśaḥ
kālaḥ karma ca janma ca
dhyānaṁ mantro ’tha saṁskāro
daśaite guṇa-hetavaḥ
tat tat sāttvikam evaiṣāṁ
yad yad vṛddhāḥ pracakṣate
nindanti tāmasaṁ tat tad
rājasaṁ tad-upekṣitam
Krishna continua explicando a poderosa ligação entre estilo de vida e o avanço espiritual. Neste verso falamos sobre a ligação entre viver em sattva, como isso desenvolve dharma e como do dharma ver jnana, sabedoria transcendental. O foco é nas escolhas do dia a dia, que então, se traduzem em mudanças espirituais. Verso 6.
Verso 6 em Sânscrito
sāttvikāny eva seveta
pumān sattva-vivṛddhaye
tato dharmas tato jñānaṁ
yāvat smṛtir apohanam
Dedico-me à espiritualidade, a ser uma pessoa melhor, ou me dedico a ganhar mais dinheiro, ter carro e casa melhores? Parece um dilema, mas não é. Você deve fazer os dois, sabendo que a mudança interna, é o que realmente vai lhe deixar feliz. Faz o interno, no palco da mudança externa. Verso 7.
Verso 7 em Sânscrito
veṇu-saṅgharṣa-jo vahnir
dagdhvā śāmyati tad-vanam
evaṁ guṇa-vyatyaya-jo
dehaḥ śāmyati tat-kriyaḥ
Na celebração de Gita Jayanti, o dia em que a Bhagavad-gita foi falada mais de 5000 anos atrás, falamos sobre a importância e necessidade urgente de vivermos a mensagem da Gita, do despertar espiritual nos dias de hoje, tanto para a sobrevivência individual, como para ter esperança para o futuro da humanidade. Verso 8.
Verso 8 em Sânscrito
śrī-uddhava uvāca
vidanti martyāḥ prāyeṇa
viṣayān padam āpadām
tathāpi bhuñjate kṛṣṇa
tat kathaṁ śva-kharāja-vat
Krishna explica a essência do yoga e a raiz de todo nosso sofrimento. Ele fala dos problemas de identificação e da mente no futuro, fazendo e alterando planos para falsamente obter felicidade de fora para dentro. Falamos sobre esta danosa mentalidade, como ela se instala e como podemos fazer para gradualmente nos livrar dela. Versos 9 e 10.
Versos 9 e 10 em Sânscrito
śrī-bhagavān uvāca
aham ity anyathā-buddhiḥ
pramattasya yathā hṛdi
utsarpati rajo ghoraṁ
tato vaikārikaṁ manaḥ
rajo-yuktasya manasaḥ
saṅkalpaḥ sa-vikalpakaḥ
tataḥ kāmo guṇa-dhyānād
duḥsahaḥ syād dhi durmateḥ
Krishna continua a explicação do porque sofremos tanto e nos perdemos. Ele explica que quando não assumimos o comando de nossa mente, nossa mente é controlada pela energia material, pelos desejos mundanos. Falamos sobre como e por que é necessário assumir o comando da vida. Versos 11 ao 13.
Versos 11 ao 13 em Sânscrito
karoti kāma-vaśa-gaḥ
karmāṇy avijitendriyaḥ
duḥkhodarkāṇi sampaśyan
rajo-vega-vimohitaḥ
rajas-tamobhyāṁ yad api
vidvān vikṣipta-dhīḥ punaḥ
atandrito mano yuñjan
doṣa-dṛṣṭir na sajjate
apramatto ’nuyuñjīta
mano mayy arpayañ chanaiḥ
anirviṇṇo yathā-kālaṁ
jita-śvāso jitāsanaḥ
Krishna resume o processo de yoga em uma única linha! Simples e direto. E aí iniciamos a explicação da história de Hamsa Avatara. Explicamos um pouco da história de como se deu a criação do Universo e de quem são os Quatro Kumaras. Versos 14 ao 17
Versos 14 ao 17 em Sânscrito
etāvān yoga ādiṣṭo
mac-chiṣyaiḥ sanakādibhiḥ
sarvato mana ākṛṣya
mayy addhāveśyate yathā
śrī-uddhava uvāca
yadā tvaṁ sanakādibhyo
yena rūpeṇa keśava
yogam ādiṣṭavān etad
rūpam icchāmi veditum
śrī-bhagavān uvāca
putrā hiraṇyagarbhasya
mānasāḥ sanakādayaḥ
papracchuḥ pitaraṁ sūkṣmāṁ
yogasyaikāntikīṁ gatim
sanakādaya ūcuḥ
guṇeṣv āviśate ceto
guṇāś cetasi ca prabho
katham anyonya-santyāgo
mumukṣor atititīrṣoḥ
Aparece o avatara Hamsa! E inicia-se uma discussão bem profunda sobre os aspectos mais elevados do yoga. Quem somos nós? Qual a diferença de Deus e alma? Quem pode falar sobre estes temas? Cobrimos estes assuntos na palestra. Versos 18 ao 22.
Versos 18 ao 22 em Sânscrito
śrī-bhagavān uvāca
evaṁ pṛṣṭo mahā-devaḥ
svayambhūr bhūta-bhāvanaḥ
dhyāyamānaḥ praśna-bījaṁ
nābhyapadyata karma-dhīḥ
sa mām acintayad devaḥ
praśna-pāra-titīrṣayā
tasyāhaṁ haṁsa-rūpeṇa
sakāśam agamaṁ tadā
dṛṣṭvā māṁ ta upavrajya
kṛtvā pādābhivandanam
brahmāṇam agrataḥ kṛtvā
papracchuḥ ko bhavān iti
ity ahaṁ munibhiḥ pṛṣṭas
tattva-jijñāsubhis tadā
yad avocam ahaṁ tebhyas
tad uddhava nibodha me
vastuno yady anānātva
ātmanaḥ praśna īdṛśaḥ
kathaṁ ghaṭeta vo viprā
vaktur vā me ka āśrayaḥ
Hamsa-avatar fala sobre quem somos. Somos o corpo? Somos apenas energia divina? Perguntas simples com profundo impacto em nossa existência. Se você parar para pensar, mesmo que só 10 ou 20 minutos, sua vida pode mudar inteiramente. Versos 23 e 24.
Versos 23 e 24 em Sânscrito
pañcātmakeṣu bhūteṣu
samāneṣu ca vastutaḥ
ko bhavān iti vaḥ praśno
vācārambho hy anarthakaḥ
manasā vacasā dṛṣṭyā
gṛhyate ’nyair apīndriyaiḥ
aham eva na matto ’nyad
iti budhyadhvam añjasā
Hamsa-avatar explica que a mente material naturalmente se envolve com a energia material, o desfrute, as ansiedades do mundo, o medo, etc. Mas, Ele alerta, nós somos almas, centelhas dEle, e por isso, não precisamos nos identificar com a matéria. Explicamos como isso forma a base do processo de autorrealização em yoga: a distinção da alma e matéria e como fazemos isso com o poder do conhecimento. Verso 25.
Verso 25 em Sânscrito
guṇeṣv āviśate ceto
guṇāś cetasi ca prajāḥ
jīvasya deha ubhayaṁ
guṇāś ceto mad-ātmanaḥ
Você pode facilmente verificar sua natureza espiritual, ao experimentar, de imediato, como se sente melhor ao valorizar as coisas não-físicas, como paz, harmonia e amor. Mais ainda, ao despertar sua devoção (bhakti), você imediatamente experimenta algo intenso e real. Verso 26.
Verso 26 em Sânscrito
guṇeṣu cāviśac cittam
abhīkṣṇaṁ guṇa-sevayā
guṇāś ca citta-prabhavā
mad-rūpa ubhayaṁ tyajet
Hamsa-avatar explica que somos a testemunha dos estados de vigília, sonho e sono profundo, portanto não somos a mente ou inteligência materiais. Falamos sobre o poder de experimentar a existência como testemunha, não criando identificação falsa com a matéria, corpo ou mente. Também contamos a história de Haridas Thakura e sua habilidade de resistir tortura e até falsificar sua morte. Versos 27 e 28.
Versos 27 e 28 em Sânscrito
jāgrat svapnaḥ suṣuptaṁ ca
guṇato buddhi-vṛttayaḥ
tāsāṁ vilakṣaṇo jīvaḥ
sākṣitvena viniścitaḥ
yarhi saṁsṛti-bandho ’yam
ātmano guṇa-vṛtti-daḥ
mayi turye sthito jahyāt
tyāgas tad guṇa-cetasām
Hamsa-avatar explica que ao viver a ilusão da identificação com a matéria, todos nossos esforços nos trazem O OPOSTO do que desejamos. Explicamos a simples verdade: você sofre na medida que se distancia da realidade, da verdade da existência. Por isso é tão importante trabalhar sua autorrealização e devoção. Verso 29.
Verso 29 em Sânscrito
ahaṅkāra-kṛtaṁ bandham
ātmano ’rtha-viparyayam
vidvān nirvidya saṁsāra-
cintāṁ turye sthitas tyajet
Hamsa-avatar explica que quando não estamos com a visão espiritual completa, vendo a realidade divina em tudo e todos, achamos que estamos acordados, mas continuamos dormindo, sonhando. Nesta existência ilusória, caímos na armadilha de querer os resultados de nossas ações, com a mente sempre no futuro, em ansiedade e frustração. Versos 30 e 31.
Versos 30 e 31 em Sânscrito
yāvan nānārtha-dhīḥ puṁso
na nivarteta yuktibhiḥ
jāgarty api svapann ajñaḥ
svapne jāgaraṇaṁ yathā
asattvād ātmano ’nyeṣāṁ
bhāvānāṁ tat-kṛtā bhidā
gatayo hetavaś cāsya
mṛṣā svapna-dṛśo yathā
Hamsa-avatar explica que quando podemos observar que estamos além do estado de vigília, sonho e sono profundo, podemos compreender nossa natureza transcendental e assim nos tornar o senhor de nossos sentidos. Verso 32.
Verso 32 em Sânscrito
yo jāgare bahir anukṣaṇa-dharmiṇo ’rthān
bhuṅkte samasta-karaṇair hṛdi tat-sadṛkṣān
svapne suṣupta upasaṁharate sa ekaḥ
smṛty-anvayāt tri-guṇa-vṛtti-dṛg indriyeśaḥ
Hamsa-avatar explica que uma vez compreendendo a mudança dos estados de vigília, sono e sono profundo sem sonhos, a pessoa deve entender que está vivendo sob o efeito da ilusão de Deus. Com este despertar inicial deve procurar mais e mais conhecimento transcendental e usar sua razão, seu bom senso, para entender a vida. Finalmente, munido desse conhecimento e inteligência espiritual, deve amar a Deus. A devoção, assim, deve ser fundamentada em inteligência e conhecimento, não medo, dogmas e violência. Verso 33.
Verso 33 em Sânscrito
evaṁ vimṛśya guṇato manasas try-avasthā
man-māyayā mayi kṛtā iti niścitārthāḥ
sañchidya hārdam anumāna-sad-ukti-tīkṣṇa-
jñānāsinā bhajata mākhila-saṁśayādhim
Vivemos uma ilusão. Tudo é um sonho. O mundo material não passa de imagens em sua mente. Você é consciência pura e a ilusão, maya, faz você experimentar o estado de vigília, sonho e sono sem sonhos. Como lidar com essas profundas e pesadas informações do caminho do yoga? Como viver? Verso 34.
Verso 34 em Sânscrito
īkṣeta vibhramam idaṁ manaso vilāsaṁ
dṛṣṭaṁ vinaṣṭam ati-lolam alāta-cakram
vijñānam ekam urudheva vibhāti māyā
svapnas tridhā guṇa-visarga-kṛto vikalpaḥ
Nesta aula explicamos os dois caminhos do yoga: o caminho de pura meditação e o caminho da vida iluminada, destacando os diferentes sintomas e resultados. Versos 35 ao 37.
Versos 35 ao 37 em Sânscrito
dṛṣṭiṁ tataḥ pratinivartya nivṛtta-tṛṣṇas
tūṣṇīṁ bhaven nija-sukhānubhavo nirīhaḥ
sandṛśyate kva ca yadīdam avastu-buddhyā
tyaktaṁ bhramāya na bhavet smṛtir ā-nipātāt
dehaṁ ca naśvaram avasthitam utthitaṁ vā
siddho na paśyati yato ’dhyagamat svarūpam
daivād apetam atha daiva-vaśād upetaṁ
vāso yathā parikṛtaṁ madirā-madāndhaḥ
deho ’pi daiva-vaśa-gaḥ khalu karma yāvat
svārambhakaṁ pratisamīkṣata eva sāsuḥ
taṁ sa-prapañcam adhirūḍha-samādhi-yogaḥ
svāpnaṁ punar na bhajate pratibuddha-vastuḥ
Nesta aula falamos sobre alguns termos chaves: sankhya, yoga e dharma. Enfatizamos a importância do cultivo de conhecimento no caminho da iluminação em yoga e como isso não é algo barato, mas que requer um longo investimento de tempo e atenção. Por último listamos as qualidades necessárias para avançar no caminho espiritual. Versos 38 e 39.
Versos 38 e 39 em Sânscrito
mayaitad uktaṁ vo viprā
guhyaṁ yat sāṅkhya-yogayoḥ
jānīta māgataṁ yajñaṁ
yuṣmad-dharma-vivakṣayā
ahaṁ yogasya sāṅkhyasya
satyasyartasya tejasaḥ
parāyaṇaṁ dvija-śreṣṭhāḥ
śriyaḥ kīrter damasya ca
Entramos fundo nas descrições da natureza ímpar de Deus, Suas qualidades ilimitadas e os efeitos que isso tem em nossa vida espiritual. Falamos da plena espiritualidade que surge quando despertamos e entendemos não só nossas qualidades transcendentais, mas aquelas de Krishna também. Vimos como a diferença entre alma e Deus gera a possibilidade de amor eterno e ilimitado. Verso 40.
Verso 40 em Sânscrito
māṁ bhajanti guṇāḥ sarve
nirguṇaṁ nirapekṣakam
suhṛdaṁ priyam ātmānaṁ
sāmyāsaṅgādayo ’guṇāḥ
Encerramos a história e ensinamentos de Hamsa Avatara. Na aula falamos sobre o Srimad Bhagavatam em geral, sua natureza como uma coletânea de ensinamentos de diferentes avataras. O foco da aula foi explicar a importância de entendermos o processo da vida como um todo, sabendo que é mais importante, mas sem ignorar os processos secundários e terciários, necessários para completar o processo primário - krishna-bhakti. Versos 41 e 42.
Versos 41 e 42 em Sânscrito
iti me chinna-sandehā
munayaḥ sanakādayaḥ
sabhājayitvā parayā
bhaktyāgṛṇata saṁstavaiḥ
tair ahaṁ pūjitaḥ saṁyak
saṁstutaḥ paramarṣibhiḥ
pratyeyāya svakaṁ dhāma
paśyataḥ parameṣṭhinaḥ