Bem-vindo ao Curso da Uddhava-gita. Aguarde alguns minutos para a página carregar, caso o vídeo demore para iniciar, você pode clicar no título da aula e assistir direto no Youtube (ou se quiser fazer alguma pergunta/comentário).
O capítulo 10 contém 37 versos divididos em 20 aulas, totalizando 12:50hs.
Obs.: O Primeiro verso desse capítulo se iniciou na aula anterior (47) aos 16 minutos e 15 segundos.
Entramos a fundo no tema da busca do prazer material e suas implicações para a alma eterna. Discutimos a experiência de todo espiritualista ao descobrir um "gosto superior" do sagrado. Versos 2 e 3.
Versos 2 e 3 em Sânscrito
anvīkṣeta viśuddhātmā
dehināṁ viṣayātmanām
guṇeṣu tattva-dhyānena
sarvārambha-viparyayam
suptasya viṣayāloko
dhyāyato vā manorathaḥ
nānātmakatvād viphalas
tathā bhedātma-dhīr guṇaiḥ
Falamos sobre os diferentes níveis de avanço religioso e espiritual, com foco no objetivo último: puro amor a Krishna - e os efeitos práticos disso no dia a dia, como agir nesse estado, e como diferentes escrituras trazem informações desses diferentes níveis de avanço. Verso 4.
Verso 4 em Sânscrito
nivṛttaṁ karma seveta
pravṛttaṁ mat-paras tyajet
jijñāsāyāṁ sampravṛtto
nādriyet karma-codanām
Krishna nos ensina, neste trecho, que é importante ter um estilo de vida digno para avançar em yoga (os yamas e niyamas), mas que mais importante que isso é ter um guru que realmente O conheça. Falamos do tema dos yamas, niyamas e das qualificações necessárias do guru e do discípulo. Versos 5 e 6.
Versos 5 e 6 em Sânscrito
yamān abhīkṣṇaṁ seveta
niyamān mat-paraḥ kvacit
mad-abhijñaṁ guruṁ śāntam
upāsīta mad-ātmakam
amāny amatsaro dakṣo
nirmamo dṛḍha-sauhṛdaḥ
asatvaro ’rtha-jijñāsur
anasūyur amogha-vāk
Krishna enfatiza a importância de sempre lembrar seu maior interesse próprio, sua autorrealização, e que a consequência disso é o cultivo do desapego. Verso 7.
Verso 7 em Sânscrito
jāyāpatya-gṛha-kṣetra-
svajana-draviṇādiṣu
udāsīnaḥ samaṁ paśyan
sarveṣv artham ivātmanaḥ
Krishna nos passa a lição primordial da vida espiritual: "você não é o corpo". Explicamos como isso forma a base para todo o caminho da autorrealização e como isso pode nortear nosso comportamento e foco aqui e agora. Versos 8 e 9.
Versos 8 e 9 em Sânscrito
vilakṣaṇaḥ sthūla-sūkṣmād
dehād ātmekṣitā sva-dṛk
yathāgnir dāruṇo dāhyād
dāhako ’nyaḥ prakāśakaḥ
nirodhotpatty-aṇu-bṛhan-
nānātvaṁ tat-kṛtān guṇān
antaḥ praviṣṭa ādhatta
evaṁ deha-guṇān paraḥ
Krishna enfatiza a importância de cultivar o conhecimento como forma de se livrar da ilusão que a energia material atua de forma independente, e livrar o "eu" da identificação com o corpo grosseiro e sutil. Versos 10 e 11.
Versos 10 e 11 em Sânscrito
yo ’sau guṇair viracito
deho ’yaṁ puruṣasya hi
saṁsāras tan-nibandho ’yaṁ
puṁso vidyā cchid ātmanaḥ
tasmāj jijñāsayātmānam
ātma-sthaṁ kevalaṁ param
saṅgamya nirased etad
vastu-buddhiṁ yathā-kramam
Krishna explica a importância do guru e seu papel de transmitir o conhecimento transcendental ao discípulo. Na aula discutimos a importância de se aceitar um guru e o perigo de nunca se dedicar a um único caminho espiritual. Verso 12.
Verso 12 em Sânscrito
ācāryo ’raṇir ādyaḥ syād
ante-vāsy uttarāraṇiḥ
tat-sandhānaṁ pravacanaṁ
vidyā-sandhiḥ sukhāvahaḥ
Krishna explica o efeito do conhecimento transcendental transmitido pelo guru perito, ao discípulo perito, que é de eliminar o efeito que a ilusão material, e o sofrimento que ela causa, na mente do discípulo. Enfatizamos a importância do discípulo ser qualificado e também explicamos como o conhecimento tem seu limite, quando cumpre seu propósito. Verso 13.
Verso 13 em Sânscrito
vaiśāradī sāti-viśuddha-buddhir
dhunoti māyāṁ guṇa-samprasūtām
gunāṁś ca sandahya yad-ātmam etat
svayaṁ ca śāṁyaty asamid yathāgniḥ
Krishna diz a Uddhava que Ele tinha apresentado o conhecimento perfeito para ele, mas que outros rejeitam este conhecimento e apresentam uma filosofia de busca do prazer material, vida após vida. Analisamos assim em detalhes o conceito de viver apenas em busca de felicidade material, e os defeitos inerentes desta mentalidade mundana. Versos 14 ao 16.
Versos 14 ao 16 em Sânscrito
athaiṣām karma-kartṝṇāṁ
bhoktṝṇāṁ sukha-duḥkhayoḥ
nānātvam atha nityatvaṁ
loka-kālāgamātmanām
manyase sarva-bhāvānāṁ
saṁsthā hy autpattikī yathā
tat-tad-ākṛti-bhedena
jāyate bhidyate ca dhīḥ
evam apy aṅga sarveṣāṁ
dehināṁ deha-yogataḥ
kālāvayavataḥ santi
bhāvā janmādayo ’sakṛt
Krishna traz um argumento poderoso contra a ideia de viver em busca do prazer material. Ele aponta ao fato que apesar de queremos desfrute material, raramente estamos satisfeitos e não conseguimos controlar nosso destino. O conceito de buscar a mera felicidade pela satisfação dos sentidos simplesmente não funciona. Então como podemos ser felizes? No vídeo apresentamos a solução oferecida pelo caminho do yoga. Verso 17.
Verso 17 em Sânscrito
tatrāpi karmaṇāṁ kartur
asvātantryaṁ ca lakṣyate
bhoktuś ca duḥkha-sukhayoḥ
ko nv artho vivaśaṁ bhajet
Krishna apresenta outro argumento contra a filosofia de tentar ser feliz apenas com o desfrute material, desta vez apontando ao erro de achar que basta ser inteligente e saber viver direito para ser feliz. Na explicação enfatizamos as complexidades do karma que tornam esta ideia inviável. Versos 18 e 19.
Versos 18 e 19 em Sânscrito
na dehināṁ sukhaṁ kiñcid
vidyate viduṣām api
tathā ca duḥkhaṁ mūḍhānāṁ
vṛthāhaṅkaraṇaṁ param
yadi prāptiṁ vighātaṁ ca
jānanti sukha-duḥkhayoḥ
te ’py addhā na vidur yogaṁ
mṛtyur na prabhaved yathā
Pode um condenado à morte, a caminho da execução, se divertir? Tirar prazer de alguma coisa? Para quem nasceu, a única coisa certa é a morte. Como podemos em sã consciência apenas buscar prazer material diante da morte iminente? Nesta aula falamos sobre a importância de buscar o verdadeiro prazer da alma, no serviço e amor, nas coisas da alma, e não da matéria. Versos 20 e 21.
Versos 20 e 21 em Sânscrito
ko ’nv arthaḥ sukhayaty enaṁ
kāmo vā mṛtyur antike
āghātaṁ nīyamānasya
vadhyasyeva na tuṣṭi-daḥ
śrutaṁ ca dṛṣṭa-vad duṣṭaṁ
spardhāsūyātyaya-vyayaiḥ
bahv-antarāya-kāmatvāt
kṛṣi-vac cāpi niṣphalam
Nesta seção Krishna descreve a elevação para planetas celestiais daqueles que acumulam karma muito bom, através da prática perfeita do dharma e de rituais especiais. Krishna fala sobre como estes moradores viajam em espaçonaves celestiais luxuosas em grande desfrute, mas depois voltam a cair para a vida terrena. Versos 22 ao 26.
Versos 22 ao 26 em Sânscrito
antarāyair avihito
yadi dharmaḥ sv-anuṣṭhitaḥ
tenāpi nirjitaṁ sthānaṁ
yathā gacchati tac chṛṇu
iṣṭveha devatā yajñaiḥ
svar-lokaṁ yāti yājñikaḥ
bhuñjīta deva-vat tatra
bhogān divyān nijārjitān
sva-puṇyopacite śubhre
vimāna upagīyate
gandharvair viharan madhye
devīnāṁ hṛdya-veṣa-dhṛk
strībhiḥ kāmaga-yānena
kiṅkinī-jāla-mālinā
krīḍan na vedātma-pātaṁ
surākrīḍeṣu nirvṛtaḥ
tāvat sa modate svarge
yāvat puṇyaṁ samāpyate
kṣīṇa-puṇyaḥ pataty arvāg
anicchan kāla-cālitaḥ
Depois de falar sobre o máximo que se pode obter no mundo material, sem espiritualidade, ao falar dos planetas celestiais, espaçonaves de luxo, etc., agora Krishna fala do outro extremo, o que pode ter de pior e o que tipo de atos, práticas e mentalidades levam a pessoa a viver uma vida assim contra seu dharma, com tanta maldade, como também seu destino para vidas infernais e sofrimento. Versos 27 ao 29.
Versos 27 ao 29 em Sânscrito
yady adharma-rataḥ saṅgād
asatāṁ vājitendriyaḥ
kāmātmā kṛpaṇo lubdhaḥ
straiṇo bhūta-vihiṁsakaḥ
paśūn avidhinālabhya
preta-bhūta-gaṇān yajan
narakān avaśo jantur
gatvā yāty ulbaṇaṁ tamaḥ
karmāṇi duḥkhodarkāṇi
kurvan dehena taiḥ punaḥ
deham ābhajate tatra
kiṁ sukhaṁ martya-dharmiṇaḥ
Depois de ler o significado daqueles versos anteriores, dramáticos, que falavam da vida infernal, lemos um verso onde Krishna enfatiza o problema último de toda a vida material, que é a morte. Versos 29 e 30.
Verso 30 em Sânscrito
lokānāṁ loka-pālānāṁ
mad bhayaṁ kalpa-jīvinām
brahmaṇo ’pi bhayaṁ matto
dvi-parārdha-parāyuṣaḥ
Seu estilo de vida tem um efeito profundo na sua vida, mais do que pode imaginar. Suas escolhas são fortemente influenciadas por fatores externos a você. Com isso você realiza atividades e acumula um karma que pode ser bem pior do que precisa ser. Entenda o que pode fazer para mudar esta situação. Verso 31.
Verso 31 em Sânscrito
guṇāḥ sṛjanti karmāṇi
guṇo ’nusṛjate guṇān
jīvas tu guṇa-saṁyukto
bhuṅkte karma-phalāny asau
Falamos sobre o processo de identificação com a matéria, e como isso implica a alma nos resultados cármicos de suas atividades, gerando inúmeras sementes cármicas. Explicou-se também o processo para reverter este envolvimento com a matéria pelo caminho da autorrealização em yoga, usando as técnicas de karma-yoga, jnana-yoga e bhakti-yoga. Versos 32 e 33.
Versos 32 e 33 em Sânscrito
yāvat syād guṇa-vaiṣamyaṁ
tāvan nānātvam ātmanaḥ
nānātvam ātmano yāvat
pāratantryaṁ tadaiva hi
yāvad asyāsvatantratvaṁ
tāvad īśvarato bhayam
ya etat samupāsīraṁs
te muhyanti śucārpitāḥ
Krishna explica que Deus (Ele) é conhecido por diferentes pessoas, de diferentes maneiras. Falamos sobre a visão não-sectária dos diferentes caminhos espirituais e religiosos. Versos 34 e 35.
Versos 34 e 35 em Sânscrito
kāla ātmāgamo lokaḥ
svabhāvo dharma eva ca
iti māṁ bahudhā prāhur
guṇa-vyatikare sati
śrī-uddhava uvāca
guṇeṣu vartamāno ’pi
deha-jeṣv anapāvṛtaḥ
guṇair na badhyate dehī
badhyate vā kathaṁ vibho
Uddhava pergunta a Krishna: como entender quem está iluminado e quem está iludido, quem é espiritual e quem não? Como que uma pessoa iluminada age? Falamos sobre a importância de entender o que é ser iluminado e como a iluminação acontece no dia a dia. Versos 36 e 37.
Versos 36 e 37 em Sânscrito
kathaṁ varteta viharet
kair vā jñāyeta lakṣaṇaiḥ
kiṁ bhuñjītota visṛjec
chayītāsīta yāti vā
etad acyuta me brūhi
praśnaṁ praśna-vidāṁ vara
nitya-baddho nitya-mukta
eka eveti me bhramaḥ
Capítulo 11 - Verso 1 em Sânscrito
śrī-bhagavān uvāca
baddho mukta iti vyākhyā
guṇato me na vastutaḥ
guṇasya māyā-mūlatvān
na me mokṣo na bandhanam